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Esterways, da artista mineira Cláudia França.

Postado em 2021-04-29
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Quinta-feira, 29 de abril de 2021. 

No #TBT de hoje relembraremos a exposição denominada Esterways, da artista mineira Cláudia França.

Foto Capa: Gilson Goulart

Esterways aconteceu entre os meses de junho e julho de 2011, em espaços culturais distintos: a Casa da Cultura e a Oficina Cultural, ambas situadas no centenário bairro Fundinho, em Uberlândia.

Duas obras “gêmeas”, duas escadas suspensas que ocuparam duas galerias cuja iluminação vinda das generosas janelas dos casarões, atribuíam uma aura transcendente as obras.

Na Oficina Cultural, uma de suas escadas dirigia nossos olhares através da materialidade do vidro e da madeira que construía seus degraus brancos em direção a janela. Suspensos por cordas de varal brancas, erguiam uma horizontalidade instável que, talvez, nos convidasse a observar a dureza antagônica das linhas da janela cerrada, a qual se direciona. Impossível contemplar seus degraus sem pensar em algum rito de passagem. E a iluminação vinda da generosa janela do casarão! Um altar!

Há alguns minutos passeando pelo bairro, chegava-se a Casa da Cultura, a irmã gêmea, a segunda parte de Esterways. Aqui, a dureza dos degraus de vidro cedem espaço a delicadeza da renda plástica branca. O contraste ficava a cargo dos hostis vergalhões de ferro, que moldavam sua forma ascendente (ou não), entre duas grandes janelas. Novamente elas.

Todos os ornamentos conversam. O minúsculo arabesco da renda branca apoia-se e eleva-se diante do grafismo do piso da galeria que une-se aos vergalhões, sublimando a rigidez da geometria das janelas, que nas fotografias, se tornam duas guardiãs da fragilidade da escada. Tudo se torna desenho e presença.

Ao ver seus trabalhos prontos, materializados, a artista compara seu sentimento a um gozo profundo: “Isso por que a realização de um trabalho artístico me situa no mundo, eu consigo entender o sentido de minha existência”. E continua: “Instalar algo, materializar, montar, dar vez a algo com que eu consigo um dialogo não intermediado pela palavra. A palavra pode até participar da formação dele, ele pode ter palavras. Mas ocorre outra interação. Um entre-dois dado ali. Há trabalhos de montagens difíceis, quase impossíveis. Se eu consigo realizá-los, eu desabo por dentro. Ou vou para um cantinho e choro, ou a lágrima rola ali mesmo, junto com meus assistentes. Depois de um tempo, a razão volta e é o momento de se falar, pensar sobre ele, corrigir alguma questão.”

Cláudia França foi professora em diversas disciplinas no curso de graduação de Artes Visuais da Universidade Federal de Uberlândia entre os anos de 1991 a 2016 e também atuou na área de pós graduação a partir de 2010. Fez diversas exposições em diferentes espaços culturais da cidade. Atualmente leciona no Centro de Artes da Universidade Federal do Espirito Santo.

🖋️ @picoledegesso

Fotografia: Paulo Rogério Luciano 

 

Fotografia: Paulo Rogério Luciano

 

Fotografia: Gilson Goulart

 

Fotografia: Gilson Goulart 

 

Fotografia: Gilson Goulart

 

Fotografia: Paulo Rogério Luciano 

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