Memórias da Cidade: CLAUDIO TOZZI em Uberlândia
Memórias da Cidade:
CANTEIRO DE OBRAS – CLAUDIO TOZZI - GALERIA LOURDES SARAIVA – OFICINA CULTURAL DE UBERLÂNDIA
Por_ Luana Angélica
Publicado em (maio/2021)
Em maio de 2011 a Galeria Lourdes Saraiva, parte do Oficina Cultural, recebeu a exposição “Canteiro de Obras”, uma retrospectiva que tinha como objetivo visitar a trajetória do artista plástico, arquiteto e professor paulista Cláudio Tozzi.
A exposição convidava o expectador a passear pelas diversas fases da carreira do artista, um expoente do chamado “Novo Realismo”, em especial sua obra impressa, mais especificamente suas serigrafias mas também contemplando gravuras, pinturas e litogravuras.
Trabalhos seminais da década de sessenta até os anos dois mil construíam o fio histórico do caminho percorrido pelo artista: imagens ligadas aos meios de comunicação em massa como histórias em quadrinhos e imagens publicitárias se utilizavam do mesmo tipo de tinta destas linguagens. Serigrafias em preto e branco retratam o período em que Cláudio fazia parte do movimento estudantil, participando de diversos manifestos e passeatas onde retratava todo o movimento através da fotografia em preto e branco, reorganizando-as posteriormente, enfatizando a dualidade do claro e escuro, simbolizando a radicalidade da época e todo o seu drama.
Uma das obras que fazem parte deste período é “Guevara vivo ou morto”, serigrafia que trazia o rosto duplicado do revolucionário médico argentino Ernesto Guevara de la Serna, ou Che Guevara. Tratava-se de um painel que dialogava diretamente com a Arte Pop americana, fazendo uso de cores contrastantes, numa composição quase publicitária com a inserção da frase que dá nome a obra em destaque, no centro da imagem. A obra fez parte do IV Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, onde foi violentada a golpes de machado por um grupo extremista, no mesmo ano da morte do retratado: 1967. A obra foi restaurada por Tozzi e tornou-se um dos ícones da Pop Arte brasileira.
Com o passar dos anos o artista aprimora suas técnicas e deixa de ser tão direto no discurso de suas obras dando abertura para questões formais, texturas, relações cromáticas, exploração de objetos, dando preferência a temas subjetivos.
Capa do catálogo da exposição “Canteiro de Obras” de Claudio Tozzi
“Astronautas 5” – 1968-1980
“Guevara vivo ou morto”, 1967
“Mulher na janela”
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